sábado, 17 de janeiro de 2015

Banda chilena Apolo-Kat integra a programação do projeto "Férias no Centro" da Prefeitura de São Paulo


Banda chilena Apolo-Kat se apresenta no Centro Cultural São Paulo - Portal da Prefeitura da Cidade de São Paulo





"Pela primeira vez no Brasil, a banda chilena de hip-hop Apolo-Kat, formada em 2013, se apresenta apenas com composições autorais no Centro Cultural São Paulo (CCSP). O show integra a programação de janeiro do projeto Férias no Centro, que traz diversas atrações ao local" - é o que diz a reportagem de Letícia Andrade, da Assessoria de Comunicação da Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura de São Paulo.





Letícia solicitou à Dani Ribas Produções uma entrevista com a banda. Quem respondeu às questões foi o vocalista Demian Tresktorce. A entrevista na íntegra você pode conferir, com exclusividade, logo abaixo:




Entrevista ApoloKat (Chile) à Prefeitura de São Paulo
por Demian Tresktorce – vocalista, compositor

O nome da banda é uma alusão à missão do primeiro homem à lua. O que
isso representa para banda?

Mais que uma alusão, é uma reconstrução do
conceito do homem conquistando o espaço. Nossa ideia é inverter o conceito
trocando o homem por um gato, ou seja, o gato que viaja para o interior do
planeta, o oceano como um lugar de descoberta e exploração. No entanto, os
gatos não podem submergir porque eles têm medo da água, por isso ApoloKat usa
um escafandro para ese mergulho, que representa a música como ferramenta a
serviço de nossa descoberta e evolução pessoais.

Para nós, a idéia do homem conquistando o
espaço representa a "conquista" e domínio sobre as condições
naturais, esta sede infinita que caracteriza a nossa natureza e que nos tem
trazido coisas positivas e negativas como espécie. É isso o que a primeira
missão do homem à lua significa para a banda. Usamos essa ideia para
reconstruí-la, no sentido de descoberta interior.


Quais os principais músicos que influenciam nas composições?

Muitos, e variados: Jaco Pastorius, Weather
Report, Miles Davis, Victor Jara, Hector Lavoe, Willie Colon, Inti Illimani,
Quilapayun, Groove Collective, The Roots, Mos Def, Guru, Gangstarr, Talib
Kweli, Slum Village, Jay Dilla, João Gilberto, Caetano Veloso, Susana Baca,
Charles Mingus, Baden Powell, 2pac, Jazzanova, Notorius Big, Toro y Moi, Robert
Glasper, Bill Evans, entre muitos outros …


Trabalham somente com composições autorais?

Sim, todas as músicas do ApoloKat são
compostas por nós. Consideramos que é importante a autenticidade na música.
Isso não significa que somos contra os covers
ou os tributos a outros artistas, mas que aproveitamos a oportunidade de
poder fazer um trabalho a partir do zero.


Pode citar algumas músicas que compõe o repertório do show no dia 24?

“Sácate la Pasta” e “Hit Me”.

A primeira é de um disco anterior de
TRESKTORCE (Noches Sín Gloria, EP, 2014, que foi produzido pelo meu amigo
Gonzalo Sanzana em "Oye Studios") e foi adaptada para o formato da
ApoloKat. Eu particularmente gosto muito dessa música pela mistura de funk com
o eletrônico, além do conteúdo da letra, que esconde uma crítica que, à
primeira vista, muitos não percebem. Em español, a "pasta" (ou pasta
base, em portugués) é uma droga muito prejudicial que provoca uma enorme dependencia.
Na canção eu não quero dizer literalmente “pasta”, mas a contrapartida à
sociedade de consumo que cria necesidades infinitas e nos manipula para fazer
parte deste jogo macabro. “Sácate la Pasta” significa escape, saia da bad trip,
etc. Está aberta à interpretação, e além disso a letra foi complementada com sentimentos
e problemas pelos quais passei ao escrever essa canção.

Já a segunda, “Hit Me”, é uma canção
composta por "Afgano" (o tecladista da banda). Pessoalmente adorei o
resultado, tem uma elegância e um ritmo que me fizeram fruir da melhor maneira.
A letra não tem uma mensagem definida, é mais uma amostra de skills, sagacidade
e flow. Quando a ouço me inspira muita força e impulso, e ao vivo tomou uma cor
agressiva que mostra uma força muito especial no show.


Vi que estão trabalhando na divulgação do primeiro álbum. Qual é o
nome desse álbum?

Nós ainda estamos trabalhando no álbum,
foram gravados todos os instrumentos e algumas das vozes, no entanto faltam ainda
um par de correções, terminar de gravar os vocais, e adicionar os scratches para,
em seguida, Bastian Ferrero (do “Mandarina Studio”) se dedicar totalmente ao
processo de mixagem e masterização. A verdade é que eu nunca havia trabalhado com
uma banda (em meus trabalhos anteriores havia trabalhado apenas com bases e
DJs), e o processo é mais complexo do que eu pensava. Ficamos bastante tempo em
estúdio, e me emociona muito saber que estamos à beira de terminar o trabalho. O
lançamento está previsto para o mês de abril deste ano.


Hoje vocês estão trabalhando somente na divulgação desse disco? Ou
possuem outros projetos paralelos?

Sim, todos os membros têm projetos
paralelos e trabalham com outros músicos da cidade. Por exemplo, José
Santibáñez (baixista da banda) toca em bandas de diferentes estilos como o
Metropolitan Salsa Orchestra (latin jazz), Quantum (jazz fusion), Analí Muñoz
Dahm (pop), e The Hot Stones (tributo aos Rolling Stones). David Machuca
(guitarrista da banda) participa da Carl Hammond Big Guns (Big Band) e do
Jonathan Gatica Sexteto (Jazz /Música Mapuche). Mauro López (baterista que na
turnê brasileira está substituindo o baterista original, Josué Villalobos) toca
com Francisca Meza (folkpop), com Marcelo Concha (rock) e Analí Muñoz (pop). Christian
"Afgano" Fuentes (o tecladista da banda) toca no Quantum (jazz fusion),
com Analí Muñoz (pop), com Deyas Clan (Hip Hop) e The Hot Stones (tributo aos
Rolling Stones). Já eu tenho o meu projeto solo "TRESKTORCE" ainda ativo,
e uma dupla com um destacado beatmaker da cena local (Niksobeatz), chamado “ANY
• MAL”. Lançamos um álbum há um mês, disco que pode ser baixado gratuitamente na
página web www.laceldadebob.cl.


Por que preferiram se apresentar com instrumentos musicais?

Há bastante tempo venho experimentando com
o Hip Hop. Comecei a compor aos 14 anos e já me envolvi com muitos estilos
dentro do gênero, e hoje com 28 anos sigo buscando. A ideia de ter uma banda
fazia parte dessa viagem de descoberta, porque eu acho que uma banda ao vivo
toca de uma forma muito especial e diferente do formato clássico do Hip Hop (MC
+ DJ). Tocar ao vivo, com banda, é como fazer parte de um organismo vivo que vai
se alimentando dos humores da hora de execução. Isto, sem dúvida, me fez querer
ter uma banda, e eu tive a sorte de encontrar no caminho companheiros com a
mesma motivação e dedicação. Além disso, o fato de trabalhar com músicos
profissionais me demandou um esforço bem-vindo, porque eu tive que me adaptar a
novos estilos, ideias e metodologias.


O quanto isso diferencia a banda de outros grupos do gênero?

Eu não gosto de me comparar com outros
grupos. No Chile há poucas bandas de Hip Hop (com instrumentos tocados ao vivo)
e eu tive a oportunidade de ver que são muito boas, têm um nível elevado. No
nosso caso, o que nos distingue é a forma como criamos as músicas, nós
começamos do zero e não temos (ainda) um parâmetro ou um estilo definido, pelo
menos foi isso o que aconteceu com este primeiro álbum, em que a ideia
principal foi nos deixarmos levar e ver o que aconteceria. Então, eu acho que é
prematuro falar de uma marca peculiar da banda. Se a temos, vejo como algo
pretensioso que nós mesmos a definamos. Prefiro esperar o disco ser lançado e
que as pessoas tenham suas próprias impressões do nosso trabalho.


Como caracterizam as músicas do grupo?

As músicas variam segundo o que inspirou
sua composição. Este álbum tem músicas alegres e agitadas, mas não abre mão de
um conteúdo mais profundo em relação às letras. Pessoalmente, eu acho que é
importante ter algum conteúdo. Me refiro a "dizer algo", comunicar e
tomar uma posição sobre determinadas questões atuais, como a política, por exemplo.


Quais instrumentos priorizam em palco? Por quê?

Nosso formato é bastante clássico dentro do
que é uma banda de hip hop. Temos baixo, teclado, guitarra, bateria e vocal,
porém buscamos adicionar outros instrumentos e vocais. Por exemplo: no disco
incorporamos metais e alguma programação eletrônica, além de vozes soul em algumas canções.


É a primeira vez que vêm para o Brasil? Já foram para quais países?

Sim, é a primeira vez que deixamos o Chile
enquanto uma banda, porque nós somos uma banda jovem. Temos aproximadamente um
ano e meio juntos, e dedicamos todo o ano de 2014 ao trabalho sobre as
composições do nosso primeiro disco, e por isso não estivemos no circuito de
shows ou turnês. A ideia é sair com nosso primeiro disco e em 2015 nos
dedicarmos a tocar durante o ano todo. Por isso mesmo, para nós, a oportunidade
de estrear este projeto em São Paulo nos emociona bastante, pois estrearemos um
trabalho em um contexto diferente ao qual estamos habituados, e sem dúvida isso
é excitante. Somos muito gratos a Dani Ribas, a produtora executiva da banda neste
intercâmbio cultural.


Como é se apresentar no Brasil?

Para nós é um presente, estamos muito
felizes por ter esta oportunidade. Sabemos que o Brasil é um lugar bonito, seu
povo é muito alegre e positivo, e isso nos motiva muito. Além disso, não conhecemos
quase nada sobre a cena Hip Hop brasileira, por isso vai ser emocionante conhecer
a cena de Sampa, sentir suas particularidades, e compartilhar com as pessoas.
Sem dúvida, será muito bom, e nos sentimos realmente animados e agradecidos.


Além desse show no dia 24, possuem alguma turnê agendada?

Sim, temos mais algumas apresentações
agendadas em Sampa. Dia 24 de Janeiro estaremos no CCSP. Dia 27 às 15h daremos
uma palestra no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc SP, junto com grandes
nomes do Hip Hop brasileiro; e às 22h faremos um show na Serralheria. Dia 31
estaremos na casa Fora do Eixo SP, onde ficaremos em residência artística até
dia 04 de Fevereiro. É possível que tenhamos ainda outras apresentações durante
esse período, que ainda estão sendo fechadas pela nossa produtora Dani Ribas.

As informações completas sobre as apresentações podem ser consultadas em: http://daniribasproducoes.blogspot.com.br/2015/01/apolo-kat-chile-no-brasil.html



PROGRAMAÇÃO:

24/01

    19h: CCSP | grátis.

27/01

    15h: palestra “Circulação do Hip Hop” no Centro de Pesquisa e Formação - Sesc SP, junto com grandes nomes do Hip Hop brasileiro | R$50/25/15





     22h: Serralheria | R$20 na porta (antecipado R$15,00)


01/02

    16h: Casa Fora do Eixo São Paulo | grátis.



Outros links abaixo:

http://daniribasproducoes.blogspot.com.br/2015/01/apolo-kat-chile-no-brasil.html

http://www.centrocultural.sp.gov.br/programacao_musica_popular.html

http://centrodepesquisaeformacao.sescsp.org.br/atividade/circulacao-do-hip-hop

http://escapeserralheria.org/terca-27-jan-apolo-kat-chile/
http://www.gorockbee.com/apolokat-chile

https://www.facebook.com/casaforadoeixo?fref=ts

Nenhum comentário:

Postar um comentário